segunda-feira, setembro 14, 2009

A vida num filme

Engraçado como ainda me emociono com filmes. Identifico-me com um personagem e parece que a realidade está ali, naquele ecran de imagem colorida, que me acompanha em mais uma noite de insónia.
Reparo, então, em todos os pormenores da minha vida. Nos "valores" que adquiri por "herança" e por vivência.
Embrulho os dias num misto de responsabilidade e sonho, empurrando as horas do dia.
Sinto-me bem aqui no meu canto, no meu refúgio.
Gosto de pensar na família, nos amigos, nas paixões que não se concretizam, nas pinturas que não acabo, nos escritos que desabafam a alma.
Gosto de pensar que os meus ideais são bons, mesmo que não realizáveis.
Gosto de pensar que os anos passam e que mantenho projectos, mesmo que irreais.
Gosto de pensar que amo, mesmo que o amor não seja meu.
Gosto de pensar que adoro viver, mesmo que a vida me contrarie constantemente.
Gosto de pensar que sou lutadora, mesmo que, em certas noites, ao ver certos filmes, fique emocionada ao concluir que os sonhos são uma simples pelicula colorida.

terça-feira, setembro 01, 2009

Amizade

A amizade é, sem dúvida, dos bens mais preciosos que podemos alcançar na vida. Não damos, por vezes, a importância merecida, porque temos normalmente os amigos à distância de um telefonema.
Muitas vezes se menciona a "verdadeira amizade" como forma de distinção. Não sou apologista de adjectivar uma palavra que, por si só, já contém todo o significado necessário. Não há amizade falsa ou verdadeira. Simplesmente existe ou não.
Embora já tenha perdido amigos e familiares por morte, é diferente quando um amigo deixa subitamente de aparecer. Sem aviso, sem mensagem, desapareceu sem rasto.
É um amigo/irmão. Contradizemos, na cumplicidade, a teoria comum que homem e mulher não podem ser só amigos.
Nos primeiros dias após o seu "desaparecimento" fiquei aflita, preocupada, enervada, triste. Pensei que o pior tivesse acontecido.
No entanto, por estranho que pareça, com o decorrer do tempo fui-me convencendo que ele estaria bem e algum "percalço" na sua vida o teria desviado do trilho habitual. Fiquei assim danada com ele, irritada por não me dizer nada, como se eu tivesse "direito" a opinar sobre as suas opções.
Não passou um único dia em que não pensasse nele, fosse para refilar ou para desejar que estivesse bem e desse notícias.
O círculo de amigos habitual comentou, especulou e trucidou socialmente uma personagem que, quando presente, nunca os destratou, antes pelo contrário. Terá tido alguma atitude desaprovada pelas ideia pre-concebidas, mas quem já não a teve? Eu já fui "incorrecta" algumas vezes, até excêntrica e polémica. No entanto, sempre pautei as minhas atitudes pelo que a consciência me ditava na altura e pelo que pensava ser o mais correcto, disso tenho a certeza.
Gostaria que alguem me indicasse uma pessoa que nunca tenha tido uma atitude contrária ao que seria expectável e que o fizesse simplesmente porque a sua consciência ou "coração" assim o motivou. Todos nós já tivemos essa atitude. Porquê condenar os outros?
A Amizade ultrapassa todas as distâncias e contratempos.